A Fé Como Última Linha de Defesa
Na manhã de terça-feira (28 de outubro), pouco antes de ser atingido no intenso tiroteio, a comunicação entre o sargento Heber e sua esposa resumiu a tensão e a esperança de quem vive na linha de frente:
Jéssica: "Você tá bem? Deus está te cobrindo. Estou orando."
Heber: "Estou bem. Continua orando."
Pouco depois, o silêncio. As últimas tentativas de contato de Jéssica — "Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder" — ficaram sem resposta, marcando o fim de uma jornada dedicada ao serviço.
A Importância de Orar Pelas Autoridades
O último pedido do Sargento Heber, que partiu em missão fazendo "o que mais amava", transcende o luto de uma família. Ele ressalta a importância de um suporte que vai além do logístico e do tático para aqueles que dedicam suas vidas à segurança pública.
A rotina dos agentes de segurança, especialmente os que atuam em áreas de alto risco como o Bope, é marcada por sacrifícios pessoais e um estresse emocional e físico extremos. Eles são os responsáveis por manter a ordem e a lei, enfrentando o crime organizado para proteger a população.
Neste contexto, o apoio da sociedade é crucial:
Suporte Moral e Emocional: O ato de orar (ou, em uma perspectiva laica, enviar pensamentos positivos e solidariedade) oferece conforto e fortalece a moral de quem se arrisca diariamente.
Reconhecimento do Sacrifício: É um lembrete de que a nação reconhece e valoriza o risco de vida e o sacrifício de suas autoridades.
Legitimidade e Confiança: Orar por líderes e forças de segurança, conforme exortado em muitas tradições de fé, ajuda a fomentar um ambiente de respeito e confiança, essenciais para a governabilidade e para a eficácia das instituições.
Luto e Legado
Heber Carvalho da Fonseca, que deixou a esposa e a filha (cujo aniversário é em outubro, mês da tragédia), e seu colega de Bope, sargento Cleiton Serafim Gonçalves, além dos policiais civis Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral, foram vítimas de um violento confronto contra narcoterroristas, nas palavras do Governador Cláudio Castro (PL).
As mortes, lamentadas pelo governador com a promessa de promoção póstuma, deixam um vazio nas famílias e na corporação. Contudo, o legado de bravura e o apelo final à fé do Sargento Heber permanecem como um chamado à reflexão nacional: a segurança pública é um dever de todos, e o suporte, inclusive o espiritual, às autoridades que nos protegem é um pilar fundamental para a resiliência do nosso país.
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