Em um pronunciamento que busca acalmar a população e o mercado, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, minimizou a gravidade do apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal nesta terça-feira, 15 de agosto de 2025. Embora tenha classificado o evento como "extremamente grave", Silveira descartou veementemente a possibilidade de um novo racionamento e assegurou que o país não enfrenta uma crise de falta de energia.
A declaração foi feita após uma reunião de emergência do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), convocado para apurar as causas do incidente. Segundo informações preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o apagão foi desencadeado por uma "ocorrência" às 8h31 no sistema interligado, que provocou uma perda de carga de 16 mil megawatts (MW), o equivalente a cerca de 25% da demanda do país no momento.
O epicentro da falha inicial teria ocorrido no Ceará, em uma linha de transmissão da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), subsidiária da Eletrobras. No entanto, o ministro enfatizou que este foi apenas o "evento original" e que as causas que levaram à propagação em cascata por todo o país ainda são desconhecidas e serão rigorosamente investigadas pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
"Não há nenhuma possibilidade de que tenha sido por falta de geração ou de sobrecarga do sistema", afirmou Silveira, destacando que os reservatórios das hidrelétricas operam em níveis confortáveis, próximos a 80% da capacidade. "O que houve foi um evento técnico. Precisamos agora apurar se foi um evento técnico-operacional ou se foi causado por falha humana, ou até mesmo por dolo", completou o ministro.
Apesar do discurso de tranquilidade, o episódio reacende o debate sobre a segurança e a robustez da infraestrutura energética brasileira. Especialistas do setor apontam que a dependência de um sistema interligado, embora eficiente, o torna vulnerável a falhas pontuais que podem ter consequências sistêmicas. O apagão de hoje é o mais significativo desde 2009 e serve como um alerta para a necessidade de investimentos contínuos em modernização e segurança das linhas de transmissão.
Enquanto o governo foca na investigação técnica e policial, o impacto do apagão foi sentido por milhões de brasileiros. Grandes cidades registraram caos no trânsito com semáforos desligados, paralisação de linhas de metrô e interrupção de serviços essenciais como abastecimento de água e telecomunicações, evidenciando a profunda dependência da sociedade moderna em um fornecimento de energia estável e ininterrupto.
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