RIO DE JANEIRO, 29 de Outubro de 2025 — A recente e trágica megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que chocou o país com seu saldo de mais de 100 mortes e a perda de bravos policiais, não foi apenas um evento de segurança pública; foi, segundo o Pastor Judiclay Santos, da Igreja Batista no Jardim Botânico, o "retrato escancarado do caos social e moral" que assola o Brasil.
Em um vídeo que rapidamente ganhou as redes, o líder religioso transformou a dor da tragédia em um discurso contundente, criticando a paralisia do poder público e o avanço silencioso, mas letal, do crime organizado.
O Rio, Refém do Terror Urbano
Com uma eloquência marcada pela indignação, o pastor confrontou a dicotomia dolorosa da Cidade Maravilhosa:
"O Rio de Janeiro é uma das cidades mais bonitas do mundo... Mas, apesar de toda essa beleza, vem sendo devastado há décadas pelo crime organizado. Regiões inteiras estão dominadas por facções."
Sua crítica mais aguda, contudo, mirou o cerne da resposta política: a recusa em classificar facções como PCC e Comando Vermelho como grupos terroristas. Para Santos, a distinção é uma falha moral e tática: "Quem porta fuzil, lança granadas e assassina policiais é, sim, um terrorista."
O pastor elevou o debate, alertando que o que se presencia no Rio "já não é apenas questão de segurança pública, mas de defesa nacional, porque há sinais de que o crime se infiltrou em diversas esferas do Estado." A cena de guerra, com centenas de prisões e mortes, seria a prova cabal dessa infiltração.
A Defesa dos Heróis da Farda e o Juízo Contra a 'Bandidolatria'
A parte mais emocionante de seu apelo foi a defesa apaixonada dos homens e mulheres das forças de segurança, que "arriscam a vida para proteger pessoas de bem". Santos lamentou a sensação de que o sacrifício policial é, muitas vezes, em vão, devido à "leniência do sistema de justiça" que "solta criminosos" e um Congresso "que discute temas irrelevantes".
Em um momento de crítica direta à imprensa, o pastor acusou:
"A mídia lamenta os efeitos, mas muitas vezes alimenta as causas. Existe uma bandidolatria que trata criminosos como vítimas. Um homem com fuzil é um criminoso e precisa ser contido pelo Estado."
Um Grito por Oração e Mobilização Cívica
Ao final de sua fala, Judiclay Santos fez um apelo duplo, combinando a fé com a responsabilidade cívica, uma verdadeira convocação à nação:
Oração: "Ore pelo Rio de Janeiro, ore pelo Brasil. A esperança está no Senhor."
Ação Cívica: "Precisamos reagir diante desse cenário de terror. Devemos cumprir nosso papel como cidadãos, exigindo que o governo cumpra suas responsabilidades."
O pastor Judiclay Santos encerrou com uma reflexão pungente sobre o custo da ineficiência estatal, lembrando que a pesada carga tributária paga pelo cidadão deveria garantir "segurança e dignidade," e não o aprisionamento dentro de suas próprias casas.
Seu clamor é um divisor de águas: transforma a cobertura de um evento policial em um apelo à alma do Brasil, exigindo que a sociedade e seus líderes parem de assistir passivamente à degradação moral e de segurança do país.
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