"Marcado para Morrer": O Relato Arrepiante de um Cristão que Desafiou o Boko Haram e Escapou da Cova

 


Após testemunhar o assassinato de seu irmão e de vizinhos, Adam foi sentenciado à morte por terroristas. Ele se recusou a vestir a roupa vermelha da execução e, através de um ato de fé e de uma intervenção divina, liderou uma fuga impossível das profundezas do cativeiro jihadista.

Nas selvas de Camarões, onde a sombra do grupo extremista Boko Haram aterroriza vilarejos, a morte tem uma cor: vermelho. Era a cor da roupa entregue a Adam, um cristão cuja liderança e fé o tornaram um alvo prioritário. A vestimenta era uma sentença, um sinal para os outros prisioneiros de que ele seria o próximo a cavar a própria cova antes de ser executado a sangue frio. Mas em um ato de desafio que ecoou da terra ao céu, Adam se recusou a vesti-la. "Eu não vou morrer aqui", afirmou sua fé, mesmo quando a lógica ditava o contrário.

A história de Adam é um mergulho angustiante na brutalidade da perseguição religiosa na África Subsaariana, mas também um testemunho visceral do poder da oração em meio ao desespero absoluto. Sua provação começou muito antes. Por causa de sua fé ativa e do testemunho que levava muitos a Cristo, ele foi sequestrado uma primeira vez em 2022, suportando 45 dias em cativeiro. A liberdade, no entanto, foi apenas um interlúdio.

Em 2024, a violência retornou com uma fúria inimaginável. Jihadistas invadiram sua casa, assassinando seu irmão mais novo diante da família. Adam e seu irmão mais velho foram arrastados para a mata junto com outros homens do vilarejo. "Eles pegaram o marido de uma vizinha e atiraram nele na nossa frente, sem hesitar. De um grupo grande, restamos apenas oito", relembra Adam, com a voz marcada pelo trauma.

No Coração das Trevas

O acampamento do Boko Haram era um inferno na terra. Os reféns, amarrados e aterrorizados, recebiam uma porção mínima de targai (papa de milho) por dia. A tortura era tanto física quanto psicológica. Os captores zombavam de sua fé inabalável. “Por que vocês insistem em seguir a Jesus em território muçulmano?", perguntavam. "Se aceitassem o Islã, não estariam sofrendo assim."

Mas a fé, em vez de diminuir, tornava-se a única arma. Em segredo, em sussurros, Adam e os outros cristãos oravam e adoravam, um ato de rebelião espiritual contra seus opressores. A prática macabra de forçar um prisioneiro a cavar um buraco para depois ser executado dentro dele se tornou uma rotina macabra. A cada execução, o medo se intensificava, mas a recusa de Adam em vestir a roupa vermelha da morte foi um ponto de virada. Ele estava transferindo sua confiança da sobrevivência para a soberania de Deus.

O Milagre da Porta Aberta

Em uma noite específica, enquanto os cativos jejuavam e oravam em silêncio, algo inexplicável aconteceu. O guarda, que nunca falhava em sua vigilância, adormeceu. A porta do cativeiro, sempre trancada, foi deixada aberta.

"Eu saí devagar e olhei para os guardas. Todos dormiam profundamente", conta Adam. "Eu me aproximei e cheguei a tocar neles para ter certeza. Era um sono sobrenatural." Com o coração acelerado, ele acordou seus irmãos em Cristo. "O Senhor fez um milagre. É hora de ir. Estávamos livres."

A fuga pela mata durou dias. Exaustos, mas impulsionados pela adrenalina e pela fé, eles finalmente alcançaram sua aldeia. No entanto, a liberdade física não significou o fim do cativeiro. As cicatrizes emocionais eram profundas. "Mesmo em casa, seguro, eu sonhava com eles vindo me pegar. Eu acordava assustado, como se a sentença de morte ainda estivesse sobre minha cabeça", confessa Adam.

Sua luta contra o estresse pós-traumático é a realidade de milhares de cristãos que sobrevivem aos ataques jihadistas. Eles escapam da morte, mas carregam a prisão dentro de si. Organizações como a Portas Abertas destacam a necessidade urgente de socorro imediato, com abrigo e alimentação, mas, crucialmente, de cuidados pós-trauma. É esse apoio psicológico e espiritual que permite que heróis da fé como Adam encontrem a cura e a esperança para transformar suas histórias de dor em faróis de esperança para um futuro melhor.


Fonte: portasabertas

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