Ruas de Israel e Gaza Festejam Cessar-Fogo, Mas Acordo Final Ainda é Frágil


Um clima de alívio e celebração tomou as ruas de Israel e da Faixa de Gaza na noite de quarta-feira, 8, após o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. Embora os detalhes cruciais do acordo ainda estejam em aberto, a simples notícia da trégua trouxe esperança a ambos os lados do conflito.

Em Tel-Aviv, na chamada "Praça dos Sequestrados", israelenses cantaram e dançaram, agitando bandeiras de Israel e dos Estados Unidos. "Se eu tenho um sonho, é ver Matan dormir em sua própria cama", declarou Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker, expressando a angústia e a esperança de muitas famílias.

Na Faixa de Gaza, a reação não foi diferente. Palestinos saíram às ruas para comemorar o possível fim das hostilidades. "Este é o dia pelo qual estávamos esperando, um presente dos céus", disse Alaa Abd Rabbo, forçado a se deslocar várias vezes durante a guerra. O desejo era unânime: "Queremos voltar para casa."

Os Detalhes e Impasses do Acordo

Apesar do otimismo popular, a implementação do cessar-fogo depende de uma complexa negociação. O gabinete de Segurança de Israel se reuniu nesta quinta-feira, 9, para analisar e votar a proposta. Embora o Exército israelense já se prepare para uma retirada parcial de Gaza, Tel-Aviv afirma que a trégua só entrará em vigor após a aprovação formal do acordo.

A troca de reféns por prisioneiros é o ponto mais sensível. O plano inicial, mediado pelos Estados Unidos, prevê a libertação de reféns israelenses em até 72 horas após o início do cessar-fogo. Estima-se que dos 48 reféns em Gaza, apenas 20 estejam vivos.

Em troca, seriam libertados 250 prisioneiros palestinos cumprindo prisão perpétua e outros 1.700 detidos durante a guerra. No entanto, a negociação sobre os nomes específicos na lista de prisioneiros já gera atrito. Mahmoud Mardawi, um oficial do Hamas, acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de "recuar nas listas de prisioneiros" em uma tentativa de "explodir o acordo antes mesmo de sua implementação".

Enquanto as celebrações continuam, o futuro do cessar-fogo permanece incerto, dependendo da capacidade de ambos os lados superarem os últimos e mais difíceis obstáculos diplomáticos.

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