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Massacre de Cristãos em Benue, Nigéria: O Terror Silencioso da Perseguição Religiosa

Ataque brutal de pastores Fulani mata ao menos 10 pessoas, incluindo pastor pentecostal, incendeia igreja católica e expõe o custo de pregar o Evangelho no país que concentra a maior parte dos mártires globais.

ABUJA, Nigéria – O que era para ser uma jornada de trabalho no campo na aldeia de Anwule Oglewu, no estado de Benue, Nigéria, transformou-se em um cenário de horror e martírio. Na última segunda-feira, 3 de novembro, pastores Fulani desencadearam uma onda de violência implacável que resultou no massacre de pelo menos 10 cristãos, incluindo o Reverendo Simon Nbach, do Ministério Fogo Flamejante.

O ataque não foi um incidente isolado, mas uma demonstração fria e calculada de terror contra a comunidade cristã. Enquanto agricultores trabalhavam, foram brutalmente assassinados. Além do pastor Nbach, foram confirmadas as mortes de Adoya Ejigai e Ejeh Loko, e um outro cristão foi sequestrado pelos agressores.

A denúncia da realidade em Benue é ainda mais grave: a fúria dos pastores Fulani não poupou os símbolos da fé. Uma igreja católica foi incendiada e dezenas de casas foram destruídas, transformando o vilarejo em ruínas. Moradores, como Ojay Ojonya, lamentam a perda de seus parentes, vítimas dessa invasão que, segundo líderes cristãos, é motivada pelo desejo de tomar à força as terras e impor a ideologia islâmica, seguindo uma estratégia comparável à de grupos jihadistas como Boko Haram e ISWAP (Estado Islâmico na Província da África Ocidental).

O Epicentro Global do Martírio

O horror em Benue é um microcosmo da crise humanitária e religiosa que assola a Nigéria. Os dados mais recentes da Lista Mundial de Vigilância 2025, da Portas Abertas, cravam a nação africana na 7ª posição dos países onde é mais difícil ser cristão. Mais chocante ainda é a estatística de mártires: dos 4.476 cristãos mortos por sua fé em todo o mundo, 3.100 (69%) foram assassinados na Nigéria. O relatório afirma que o nível de violência anticristã no país já atingiu o máximo possível.

Na região Centro-Norte, onde o ataque ocorreu, milícias extremistas Fulani agem com impunidade, visando comunidades agrícolas predominantemente cristãs. A violência, que se espalha até para o sul do país e gera novos grupos jihadistas como o Lakurawa, revela uma agenda radical que o governo federal tem demonstrado pouca capacidade de controlar.

Uma Reflexão sobre Aqueles que Dão a Vida

Diante do terror e da destruição, a história de Simon Nbach e dos demais cristãos massacrados ganha uma dimensão de profunda reflexão. Eles não são apenas vítimas de uma violência étnico-religiosa; eles são testemunhas, os mártires contemporâneos que literal e metaforicamente deram suas vidas pela pregação do Evangelho.

A Nigéria, embora marcada pela dor, torna-se um campo onde o custo de seguir a Cristo é o mais alto possível. Os cristãos perseguidos que insistem em pregar, em manter seus cultos e em viver sua fé sob a mira de armas, personificam a fidelidade radical. Suas vidas ceifadas não representam uma derrota, mas um sermão silencioso e poderoso sobre a convicção de que a promessa eterna supera o sofrimento temporal. A morte do pastor Nbach e de seus irmãos cristãos clama por justiça e, ao mesmo tempo, inspira a Igreja global a refletir sobre o verdadeiro preço do discipulado em uma das nações mais perigosas do planeta.

O mundo não pode permanecer em silêncio enquanto vidas são trocadas pela fidelidade à cruz. É urgente a denúncia e a ação internacional para proteger aqueles que estão, a cada dia, cumprindo o mandato do Evangelho com a própria vida.

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