Um coro de vozes conservadoras e defensores da liberdade religiosa nos Estados Unidos está pressionando o governo do Presidente Donald Trump a reverter uma decisão da administração anterior e designar a Nigéria como um "País de Preocupação Particular" (CPC) sob a Lei de Liberdade Religiosa Internacional. O movimento visa responsabilizar Abuja pelo que é descrito como um "massacre horrível" de cristãos, que, segundo ativistas, são mortos na Nigéria mais do que em todos os outros países do mundo juntos.
A campanha ganhou destaque com a publicação de uma carta assinada por cerca de três dezenas de influentes líderes e think tanks, incluindo Nina Shea do Hudson Institute e Tony Perkins do Family Research Council. O documento apela diretamente ao Presidente Trump para que o Departamento de Estado, liderado pelo Secretário Marco Rubio, aplique a designação CPC, que impõe sanções e pressões diplomáticas a nações consideradas coniventes com a perseguição religiosa.
Tolerância à Violência e Leis de Blasfêmia
A carta acusa o governo nigeriano de violar diretamente a liberdade religiosa ao aplicar leis islâmicas de blasfêmia e, crucialmente, de demonstrar "tolerância" a agressões implacáveis. O principal foco da preocupação reside nos crescentes ataques de milícias muçulmanas Fulani radicalizadas contra comunidades predominantemente cristãs nos estados do Cinturão Médio, bem como a persistência de grupos jihadistas como o Boko Haram e o Estado Islâmico.
O deputado Riley Moore (R-W.V.), que já havia enviado uma carta semelhante a Marco Rubio, citou números alarmantes de uma ONG sugerindo que mais de 7.000 cristãos foram mortos na Nigéria nos primeiros sete meses de 2025.
"É hora de os Estados Unidos defenderem nossos irmãos e irmãs em Cristo, e designar a Nigéria como um país do PCC fornecerá as ferramentas diplomáticas necessárias para isso," declarou Moore, exortando o governo a reconhecer a "natureza religiosa deste flagelo da violência anticristã".
Reversão da Política Externa
A Nigéria foi inicialmente designada como CPC no último ano do primeiro governo Trump, mas o estatuto foi removido pela administração Biden em 2021 — uma decisão que gerou grande controvérsia e é agora o alvo da atual pressão.
Enquanto observadores internacionais questionam se a violência atinge o padrão de perseguição religiosa e genocídio, o governo nigeriano mantém que os conflitos não são inerentemente religiosos, mas sim resultado de disputas de décadas entre fazendeiros e pastores.
A pressão bipartidária em Washington para a reclassificação inclui uma resolução conjunta, apresentada por Moore e pelo Senador Josh Hawley (R-Missouri), que condena a perseguição de cristãos em vários países de maioria muçulmana e sugere o uso de negociações comerciais e de segurança para pressionar por mudanças. O Senador Ted Cruz (R-Texas) também introduziu legislação para responsabilizar autoridades nigerianas por permitirem os ataques jihadistas.
A decisão final do governo Trump é aguardada com ansiedade pelos defensores da liberdade religiosa, que veem a designação de CPC como um passo crucial para chamar a atenção global e fornecer apoio aos milhões de cristãos nigerianos que, de acordo com a Portas Abertas, enfrentam altos níveis de perseguição.
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